Olha que artigo bacana da jornalista e, agora quase mãe (já é mãe, né?), Sofia Benini da revista fofa PAIS E FILHOS. Ela conta sua reação diante da primeira gravidez, e o impacto que a descoberta teve em sua vida pessoal e profissional. Vale à pena ler!
Foram seis meses pensando, planejando e negociando, até enfim conseguir encaixar todas as peças daquele que seria meu lindo futuro idealizado. Ia me mudar para Espanha, com transferência de emprego garantida, Javi (meu amor espanhol!) me esperava e já tinha até encontrado um apartamento de um quarto pra mim em um dos bairros mais charmosos de Madri. A passagem estava comprada e faltavam duas semanas para minha mudança total de vida. O que não sabia é que a mudança total de vida aconteceria, sim, mas não da forma que eu estava planejando orquestradamente.
Era um sábado e minha menstruação deveria ter vindo no dia anterior. Todos os sintomas estavam a postos, como sempre estiveram, religiosamente, no vigésimo oitavo dia de meu período menstrual. Peitões enormes, mau humor em estágio avançado, fome, ansiedade e mais um pouco de mau humor. Só faltava minha menstruação amiga, que não chegou de manhã, não chegou à tarde, não chegou à noite... até eu decidir ir comprar um teste de farmácia.
Imaginava um cenário muito mais perfeito e romântico para a descoberta de minha primeira gravidez e a forma com que eu ia contar a novidade para todo mundo. Mas a verdade é que a notícia foi transmitida por mim com uma boa dose de vergonha. Não sou nenhuma adolescente (tenho 24 anos), mas sempre me gabei de ser A responsável e certinha. Estava há meses planejando minha mudança (e enchendo os pacovás de todo mundo, incluindo chefe, família, namorado e amigas) e organizando a vida que eu queria ter. Vivia criticando essas “menininhas” que engravidam cedo “porque hoje em dia só engravida quem quer”. E olha aí... não é que no fim eu engravidei sem querer?
Bem, a vida é dinâmica, minha gente, e engana-se quem pensa que temos o controle de nosso futuro. Até tentamos, e às vezes conseguimos, mas até certo ponto. Bem, os acontecimentos seguintes se resumem a uma série de tomada de decisões: Espanha e transferência de emprego canceladas (Mudar de país e encarar uma primeira gravidez longe da família seria pedir muito para minha pessoa); casamento adiantado para novembro de 2011 e Javi vem morar no Brasil com urgência (ele disse que não queria perder nenhum momento da gravidez. Fofo! E veio mesmo).
Hoje estou com quatro meses de gravidez, e já se passaram dois meses desde que descobrimos que há um bebezito a caminho. Nada como o tempo, que nos acalma e se encarrega de recolocar as peças de volta no seu devido lugar. Agora, que a notícia já virou motivo de festa pra mim e para o mundo, consigo enxergar que esta gravidez inesperada me possibilitou algo maravilhoso: ter meu primeiro filho (e o primeiro bebê da casa) ao lado da minha família – o que provavelmente não aconteceria se meus planos espanhóis tivessem dado certo.
Minha mãe me liga todo dia de manhã para perguntar como “dormimos” (no plural, eu e o netinho dela). Meu pai não vê a hora de ter um “molequinho” correndo entre a gente (ele sempre sonhou com um filho homem, teve quatro mulheres...deixa o pobre sonhar com um netinho, né?). Minha irmã Duda não tira a mão da minha barriga, tentando captar um movimento. A outra irmã, Carô, já virou expert em plaquinhas de madeira com dizeres diversos “Alou titia!”, “É nóis, vovô”, etc. E a irmã caçulinha, Bibi, que pulou de alegria quando soube que seria tia, já comprou um arsenal de bodies para o futuro sobrinho, mesmo estando com o dindin contado na Austrália. Já pensou perder tudo isso por estar longe?
Agora, cá estou para contar para vocês, minhas novas e queridas leitoras, a saga completa desta gravidez que me pegou de surpresa e mudou o rumo da minha vida - da minha e do meu noivo, Javier. E não é que estamos radiantes de alegria? Às vésperas de uma festa de casamento, curtindo a barriga em ascensão e lidando com as mudanças que uma gravidez traz em nossas vidas. As mudanças são muitas, e temos muito o que conversar!
Um beijo enorme com carinho,
Sofia Benini.